
2012-06-04
Entrevista ao Jornal O Coura de Junho de 2012
Eduardo Teixeira, Presidente da Distrital do PSD e Deputado na assembleia da Republica.
Cumprindo o nosso propósito de dar aos leitores a mais atualizada informação política do momento, publicamos hoje uma entrevista com Eduardo Teixeira (Eduardo Alexandre Ribeiro Gonçalves Teixeira), natural de Viana do Castelo, de 39 anos, casado, 2 filhos de 9 e 2 anos, Deputado à Assembleia da República, eleito pelo círculo de Viana do Castelo, fazendo parte das Comissões Parlamentares de Economia e Obras Publicas, Agricultura e Mar e Ambiente e Poder Local. Presidente da Distrital do PSD Alto Minho desde Dezembro de 2007 (4 anos) e Vice-presidente Nacional dos Autarcas Social Democratas. Licenciado em Economia, com especialização em Economia Politica e Pós Graduado em Gestão Financeira Internacional. Quadro Directivo de Entidade Bancária, onde se encontra (actividade suspensa) profissionalmente ligado desde há 15 anos.
Em que altura da sua vida é que sentiu o apelo da política?
Desde muito cedo. Com apenas 12 anos participei ativamente na Campanha Presidencial de Freitas Amaral a Presidente da Republica e na primeira vitoria de Cavaco Silva em 1985. A partir daí tive sempre uma tendência para abraçar causas, tendo estado ligado a varias Instituições e ao "mundo associativo juvenil". Com apenas 17 anos Liderei a nível Nacional o primeiro Grupo de Jovens, oriundos da comunidade Vianense, que desenvolveu um projecto de solidariedade social num PALOP que ainda estava em cenário de Guerra. Apesar de uma vida profissional muito intensa (Coordenava Agencias Bancárias e Centros de Empresas em 3 Distritos do Pais – Viana, Braga, Porto), sempre tive tendência e vontade de abraçar causas públicas, por intermédio de Instituições, Associações de que fiz ou ainda faço parte.
Nem imaginou, creio, que isso seria o início de uma bem sucedida carreira política, que o levaria à liderança do PSD Distrital de Viana do Castelo e à Assembleia da República...
Não. Aliás um dos dias mais difíceis da minha vida, foi o dia 6 de Junho de 2011 (dia apos a vitoria das Eleições Legislativas) altura em que tive a noção de que tinha que interromper a minha atividade profissional, que sempre desempenhei com brio e gosto, onde cresci de funcionário de balcão em Caminha a Diretor Regional! O que faço agora? Até ali, tinha conseguido conciliar um desempenho Publico e atividade partidária, sem interferir com a minha atividade profissional. Foram dias muito difíceis, com implicações familiares e económicas....Encaro as minhas atuais funções públicas, como serviço de missão, em comissão de serviço (não me considero politico profissional) e na defesa do meu País, do Alto Minho e do Distrito Viana do Castelo.
Foi difícil essa caminhada, que, segundo apurámos, começou na JSD? Quer falar-nos um pouco dela?
Como disse sempre tive uma vida associativa intensa, na luta de causas em especial na área social. Militei no partido Social Democrata em 1991 quando fiz 18 anos por convicção e durante muitos anos fui militante de base sem qualquer tipo de função. Só quando acabei os estudos do Ensino Superior, e já a trabalhar, com 25 anos, tive a oportunidade de presidir ao Plenário Distrital e Concelhio da JSD! Mais tarde fiz parte de Órgãos de Núcleo e Concelhios do PSD de Viana do Castelo, onde desde os 28 anos sou Autarca! Autarca, para ter opinião, para agir, para tentar alterar o rumo difícil do meu Concelho e da terra que me viu nascer. Autarca de Freguesia (fui candidato as freguesias de Santa Maria Maior onde residia e Darque onde resido e sou actual Presidente de Assembleia da Vila), Deputado Municipal na Assembleia Municipal de Viana do Castelo desde 2001 e InterMunicipal na Valimar Comunidade Urbana, sendo desde 2002 (10 anos) dirigente nacional dos Autarcas Social Democratas, onde atualmente sou um dos 5 Vice presidentes desta Estrutura do PSD que congrega cerca de 10.000 autarcas em funções. Mais tarde em 2007, tive a honra e o privilegio de aceitar o convite do Presidente do PSD Dr. Luis Filipe Menezes de integrar a Direção Nacional e desde o final desse ano, presido à Distrital Vianense e do Alto Minho. A minha vontade é sempre de Mudança e de grande inconformismo! Ao longo dos anos em que cresci como pessoa, me desenvolvi como Profissional ligado ao mundo Empresarial, ia vendo a minha terra a andar em contraciclo, face aos milhões de Investimento no País nos últimos 15/20 anos.
O senhor deputado não desconhece que o país em geral está suspenso dos bons resultados do Governo do PSD. Com sacrifícios tão duros, pedidos sobretudo à classe média – que é, ao mesmo tempo, a classe-chave da economia – e níveis de desemprego tão preocupantes, acredita que ainda haja margem para o sucesso da governação?
É a terceira vez na História de Portugal que o Partido Social Democrata governa o País em Cenário de Intervenção Externa e é também a terceira vez que isto acontece após Governos do Partido Socialista. Cabe-nos a nós, e a todos os Portugueses, recuperar o País e retira-lo da "falência" em que se encontrava há um ano atras! Os sacrifícios são de todos, sem exceção! Recuperar o País, para reganhar a nossa soberania, para sermos novamente "donos do nosso destino" e acredito, Sim! Tenho uma forte esperança, que vamos todos, todos os Portugueses, conseguir ultrapassar este momento mais austero e difícil do nosso país. Portugal tem um grande Primeiro Ministro Pedro Passos Coelho, que bem conheço há muitos anos, e que estou absolutamente certo, nos levará e conduzirá, como Sá Carneiro, a ultrapassar o actual momento e a fazer com que Portugal volte a ser um País de futuro e com oportunidades para todos, em especial para as novas gerações.
Há entre nós, Courenses, uma antiga e justificada ideia de que o Governo, independentemente do partido que o lidera, tem ignorado muito o Alto Minho interior. Como deputado da maioria que suporta o governo, sente-se à vontade para contrariar isso?
Não é verdade! Bem sei que Paredes de Coura não tem ganho quase nada com os últimos Governos Socialistas e com os mais de trinta anos no Executivo da Camara Municipal! Faltou ambição e poder reivindicativo aos Políticos Socialistas de Coura e é inaceitável que na última década e meia em que Portugal viveu tempos "com muito dinheiro" os reais e necessários Investimentos de Coura não tenham sido efetuados! Coura é um Concelho do Alto Minho interior, mas dista muito poucos quilómetros do litoral, e nada justifica a ausência de uma politica de desenvolvimento nos últimos anos! Ou seja, a politica que foi aqui desenvolvida ultimamente, levou a desertificação e ao isolamento!
O exemplo maior, em Paredes de Coura, é o da melhoria das acessibilidades viárias (as mesmas, há mais de 50 anos) e de comunicações, que tanto contribuem para o terrível isolamento do nosso concelho! Os concelhos vizinhos ultrapassaram essa dificuldade em larga medida fruto, talvez, de uma mais competente gestão municipal... ! Seja como for, os sucessivos governos têm, sistematicamente, chutado a bola para o lado...
Bem verdade infelizmente! Basta olhar para o Investimento Publico num Concelho muito idêntico, como Melgaço e vê-se bem a diferença! Pois opções e estratégias partidárias....que deveriam ser politicas! Na ultima década o Partido Socialista tem sucessivamente anunciado o melhoramento das acessibilidades a Paredes de Coura, mas só o tem feito antes de cada eleição, depois, bem depois não o faz! Numa altura de acessibilidades e de comunicações, isto tem de facto contribuído para o isolamento e desertificação de Paredes de Coura e os Courenses sabem-no bem e tenho a certeza disso, pois quando o Pais podia e devia investir, em Coura, só se viu o Parque de Estacionamento..... e quase mais nada, que contribuísse para o desenvolvimento local, foi feito! Pegando na sua expressão "a bola" também tem que chegar ao Centro do Alto Minho, e nas próximas Autárquicas os Courenses saberão bem tirar ilações dos últimos trinta anos de gestão socialista!
Ainda quanto às comunicações – principal meio de desenvolvimento da sociedade, da economia à cultura – em muitas freguesias do nosso concelho mal se sintonizam as rádios – caso da Antena 1, a rádio nacional, que é "apagada" pela rádio espanhola – o telefone fixo é fornecido por cabo aéreo (roubado, várias vezes por ano, o que implica interrupção do serviço por alguns dias), os telefones móveis não conseguem apanhar rede e a internet tem um sinal muito fraco, quantas vezes inferior a 1 MB, numa altura em que já se oferece, em quase todo o país, banda larga e fibra ótica de 100MB... que novas tem para nos dar?
Pois, não nos podemos conformar! Grande parte das Empresas de Comunicação são Privadas (Telefones, telemóveis, Internet) e a Camara municipal tem que ter um papel interventivo na revindicação e na potenciação de melhores meios de comunicação! È inaceitável que no Sec. XXI se viva na situação descrita! Por exemplo no caso da TDT e a cobertura do Distrito e de Paredes de Coura fui eu pessoalmente e os outros Deputados do PSD do Distrito a tratar desta questão junto da ANACOM para assim assegurarmos que não haveria problemas de rede e não houve! Não podemos deixar de ir resolvendo os problemas das pessoas; por mais pequenos que por vezes possam parececam....às vezes são os mais relevantes!
Os deputados do PSD são, semanalmente, vistos em todo o distrito e têm cumprido uma agenda muito exigente, no que toca ao contacto com a realidade do Distrito e com os cidadãos... mas há pouca notícia da obra palpável que têm desenvolvido. O que é que fizeram, de concreto, nestes 11 meses de mandato, em benefício do nosso distrito e do nosso concelho?
Os Deputados do PSD tem desenvolvido uma política de proximidade e de grande interação com os seus eleitores e a Sociedade Civil! De facto não tem havido férias ou fins de semana de descanso, e os últimos tempos tem sido metade da semana (4 dias) de trabalho parlamentar em Lisboa, e a outra metade (3 dias) de trabalho intenso no Circulo eleitoral! Ouvir as pessoas, as empresas, as instituições é fundamental! Temos, apesar da grande dificuldade económica e financeira do país, de tentar recuperar o tempo perdido no Alto Minho e a inércia socialista que não trouxe desenvolvimento e deixou desertificação! Nos últimos 11 meses, foram vários os problemas que pusemos empenho para serem resolvidos, do ponto de vista económico como por exemplo a alteração do Código Contributivo da Pesca Local e Costeira (pesca artesanal de rio e mar) ou o licenciamento das Adegas do Alto Minho. Do ponto de vista social e do bem estar da população, o apoio às IPSS's e o não fecho do Internamento na Misericórdia! A defesa do sector primário, o Mar a Floresta, a Agricultura, ainda há dias estive em contacto com os Agricultores de Coura e os representantes da nova Associação Empresarial, e a potenciação de Emprego! Foi um ano (quase), muito intenso de defesa e procura, dentro das dificuldades nacionais, do beneficio e desenvolvimento da nossa região!
A Reforma do poder local, das freguesias, é outro problema que preocupa as populações...e pouco se sabe disso. O município, aparentemente, nada tem feito em prol do esclarecimento das populações. Esta reforma vai morrer ou vai mesmo ser feita? O que é que nos pode adiantar sobre este assunto?
O País precisa de reformas. Foram muitos anos de politicas desajustadas que não trouxeram o tao ansiado desenvolvimento, não produziram riqueza, nem criaram justiça social! Foi o Partido Socialista que introduziu no memorando da Troika esta questão da reforma Administrativa das Autarquias. Defendeu, até nas ultimas eleições e no Programa de Governo, que foi no ano passado a Eleições, a extinção das Freguesias abaixo dos 1.000 habitantes, o que, no caso de Coura, seria um absoluto desastre. De facto, em Coura o único partido a prestar esclarecimentos sobre este assunto foi o PSD, nomeadamente para Autarcas na Freguesia de Linhares, tendo também os eleitos do PSD da Assembleia e Camara Municipal, procurado o esclarecimento, dado o silencio do executivo da Camara. A proposta já foi aprovada em Abril na Assembleia da Republica e promulgada pelo Sr. Presidente da Republica, aguardando-se a publicação em Diário da Republica nos próximos dias. O que está em causa, no caso de Coura é a agregação das 21 Freguesias em 17, dependendo se a Assembleia Municipal quiser ter opinião, ou caso contrario em 16. Ou seja, terá que agregar 4 ou 5 Freguesias, tendo apenas uma Freguesia com menos de 150 habitantes (Porreiras). A Lei permite que se tenha localmente opinião sobre este assunto e com vantagem municipal. Ou seja se forem os Courenses a decidir, a agregação será menor, dado que a assembleia municipal tem uma margem de 20%, que no caso de Coura resulta em manter, pelo menos mais uma freguesia (não 16, mas sim 17). Que fique bem claro que Coura devera ter com esta Lei 17 Freguesias, se o Governo fosse PS se calhar não ficariam mais que duas....
A terminar, qual é o problema da nossa região que mais o preocupa?
Sem dúvida o Desemprego e a Desertificação são os problemas que mais me preocupam! Temos de conseguir criar atratividade, oportunidades para os nossos jovens e para os residentes de cada Concelho! O desemprego tem de ser contrariado por exemplo com a certificação e potenciação de produtos regionais. Temos de valorizar o que é nosso e de, com isso tentar e conseguir criar desenvolvimento e gerar riqueza.
Quer deixar uma mensagem aos Courenses?
Uma mensagem de esperança e de empenho dos eleitos do PSD na defesa dos interesses de todos os Courenses, com preocupação em não agudizar a desertificação e conseguir potenciar a economia do Concelho! A Certeza também que o Partido Social Democrata tudo fará para apresentar no próximo ano um projecto de ambição e desenvolvimento para Paredes de Coura, com fortes personalidades locais que felizmente tem! Os Courenses, passado trinta anos, bem merecem muito melhor!
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