O tempo de Natal...
O tempo de Natal...
Há praticamente dois milénios, a Humanidade acolheu um acontecimento central que dividiu a História. A partir daí, passou a haver um antes e um depois, a contagem do Tempo e da Vida entrou numa numa era.
Diz o texto bíblico que, por aquela época, se cumpriu a plenitude dos tempos e que uma nova Luz brilhou no horizonte. Para muitos curiosos e para milhões de futuros crentes, algo de misterioso e de sublime estava a acontecer num humilde curral de animais. No firmamento apareceu uma estrela e um coro de anjos cantou "glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade!".
Os pastores acorreram, os Reis Magos convergiram das diversas veredas do planeta, a Terra uniu-se à volta de uma nova esperança. Estavam lançadas as sementes de um Mundo Novo que, paulatinamente, começou a transformar as mentalidades e a cultura da Europa, partindo do coração do todo poderoso Império Romano.
Volvidos praticamente dois milénios, o Velho Continente e o Mundo vivem ainda a expectativa da chegada de um Messias, de um Salvador.
É conturbado o tempo presente e sombria a promessa do amanhã. Mais do que nunca, todos aguardam, ansiosos, o advento de um Mundo Novo, a chegada de uma estrela que ilumine o futuro e faça surgir um coro de confiança e de paz universais.
Portugal, a Europa e o Mundo esperam, ansiosamente, um Tempo Novo que ofereça a todos os "homens de boa vontade" uma alma nova, um coração rejuvenescido.
Portugal, a Europa e o Mundo suplicam, fervorosamente, um eterno "Kyrie", rezando com o poeta Ary dos Santos:
"Em nome dos que choram,
Dos que sofrem,
Dos que acendem na noite o facho da revolta
E que de noite morrem,
Com a esperança nos olhos e arames em volta.
Em nome dos que sonham com palavras
De amor e paz que nunca foram ditas,
Em nome dos que rezam em silêncio
E falam em silêncio
E estendem em silêncio as duas mãos aflitas.
Em nome dos que pedem em segredo
A esmola que os humilha e destrói
E devoram as lágrimas e o medo
Quando a fome lhes dói.
Em nome dos que dormem ao relento
Numa cama de chuva com lençóis de vento
O sono da miséria, terrível e profundo.
Em nome dos teus filhos que esqueceste,
Filho de Deus que nunca mais nasceste,
Volta outra vez ao mundo!"
Para todos, um Feliz Natal... E um Próspero Ano Novo! Sempre mais solidário! Sempre mais Humanista!
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